terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Estrada para a Felicidade.

Eu parei de fumar mas tenho sempre vontade, não consigo amar e sou sempre metade, pra onde eu olho só vejo maldade, são tantas mentiras disfarçadas de verdade, que não faço a mínima ideia do que é a realidade. Procuro um caminho que me leve ao lugar, aquele lugar que todos sonham chegar, mas são todos tortos e não levam a lugar nenhum. Olho dentro de mim e só vejo cicatrizes, dores sangrando e perdões esperando sua vez. Tento ser legal comigo mas já me maltratei tanto, tento ser uma pessoa bacana mas são tantos cantos de olhos, sorrisos amarelos e segundas intenções. Sou só mais um babaca que acredita em uma coisa que ninguém mais acredita, mas ainda vou chegar lá, naquele lugar onde os sonhos se realizam onde a verdade é bonita e a realidade não é essa merda de gente matando gente, gente matando bicho, gente matando o mundo!
E no fundo, esse lugar é logo ali, mas existem muitas pessoas no caminho pessoas que carregam seus tesouros que não valem nada e atrasam e causam engarrafamentos na estrada da humanidade rumo a felicidade.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Medo do Medo

Eu tenho medo, Tenho medo do medo. Pois o medo é o segredo do mal. O medo da morte não permite viver. O medo da vida só nos leva ao morrer. O medo da dor é o que faz doer. O medo do amor não o deixa nascer. O medo do fogo é o que queima. O medo do frio é o que congela. O medo da queda é o que abre o abismo. O medo do escuro é quem sopra a vela. O medo da verdade é quem ouve a mentira. O medo do perdido é quem não acha caminho. O medo da coragem é que corre assustado... E por tudo isso que o medo faz, é que eu tenho medo. Eu tenho medo do medo. E é só o medo do medo, que me faz lutar. E quando eu temo a morte me proponho a morrer. E quando eu temo a dor eu deixo o sangue correr. E quando eu temo o fogo eu pulo na fogueira. E quando eu temo o frio deixo o queixo bater. Se eu sinto medo do amor, tudo o que eu faço é amar. Se eu sinto medo do escuro, deixo meu olho fechar. E se a verdade doer, e se o fogo queimar, e se o sangue escorrer, e se o caminho se achar, e se a coragem chorar e o frio aquecer. E se a vida te amar ou se a morte jurar, que te espera viver... Tudo o que quero dizer, é que apenas o medo, é o que devemos temer.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

AGRADECE!

Olá! E ai, você já agradeceu hoje? Sim! Que bom! Não? Que falta de educação! Ninguém te ensinou a agradecer não? Ah! Você é daqueles que acha que não tem pelo que agradecer não é? Mas a verdade é que todos sempre temos muito a agradecer, para começar pelo simples fato de estar vivo! Imagina quantas maravilhas tem nesse mundo para se ver, e quantas delas você mesmo já não viu e desfrutou, um por do sol na praia, um sorriso de criança, uma bela cachoeira, um abraço de saudade, uma chuva num dia muito quente, o sol que abre no dia frio, etc. Agora pensa em quantas crianças não foram abortadas e não tiveram a chance de viver a vida, de ver e sentir as belas coisas desse mundo, mesmo as mais simples. E em quantas crianças não morreram de fome, ou doença, acidente ou a alguma outra coisa que você escapou? Então, a primeira coisa que devemos por obrigação agradecer a vida, a Deus, aos astros, Buda ou seja lá em que você acreditar, é a própria vida. Se tiver em plena saúde, então tem mais um motivo para agradecer, pois existem centenas de milhares de pessoas nesse instante, tomando fortes medicamentos, fazendo quimioterapia, hemodiálise, sendo cobaias de novos medicamentos e lutando contra graves doenças na esperança de poder viver mais, e mesmo assim, agradecem a cada dia a mais que conseguem permanecer aqui enquanto os mal-educados e mal-agradecidos desdenham da dádiva da saúde e desprezam a vida se automutilando, se suicidando e se entregando as drogas letais como heroína e crack.
Se você tem filhos você tem muito a agradecer e se eles são saudáveis tem que agradecer o dobro, porque milhares de pessoas, você provavelmente conhece alguém, que sonha em ter filhos, tenta mas não consegue, ou já desistiu e é frustrada por isso. E quantas pessoas tiveram seus filhos, mas não tiveram a sorte de terem saúde e vivem em constantes tratamentos e sob cuidados especiais. Então se seus filhos tem saúde, agradeça todos os dias. Então, você viu, nós nem chegamos a nada que se possa comprar e quantas coisas já vimos que temos para agradecer, agora imagina que louco se você tem um emprego, e pode comprar boas roupas, imagina que você abre a geladeira todo dia e tem comida lá dentro? Você tem muito o que agradecer, pois centenas de milhares de almas humanas nesse mundo nem sabem o que é e nem se dariam ao luxo de uma geladeira pois para elas já basta o alimento, qualquer que for, pois sua fome é grande e suas terras são inférteis. Se você abre a torneira e sai água potável, você tem um tesouro inestimável em mãos! Agradeça! Se quiser saber o valor disso, desligue sua água por uma semana e tente viver, você não se conformará ao pensar que existem milhões de pessoas sem sistema de água, e sem água potável suficiente para matar a sede de seus filhos, que passam de sua própria e já escassa saliva na boca de seus filhos para tentar amenizar a dor. Se você tem um dinheirinho guardado então você tem muito a agradecer pois está entre os 10% de pessoas mais ricas do mundo, a maioria vive como no filme O preço do Amanhã, apenas para sobreviver ao dia, ou como diz velho deitado, vendendo o almoço pra comprar a janta. São infinitos os motivos para agradecermos, se temos um carro temos que agradecer por não sofrer nos trens, ônibus e metros e se não, temos que agradecer por termos pernas enquanto muitos amigos lutam por acessibilidade para suas cadeiras de rodas e afins. Enfim, agradeço por você ter lido até aqui, agradeço por ter olhos e poder ver as belezas dessa vida e aprender com os livros, enquanto muitas pessoas perderam essa dádiva ou nunca tiveram a alegria de poder ver um arco-íris, um por do sol ou uma mulher bonita. Agradeço porque a gratidão nos dá uma sensação enorme de bem estar e riqueza espiritual, quando nos damos conta do quanto temos a agradecer, percebemos o quanto realmente temos e o quanto somos ricos de verdade. E essa sensação, no final, através da lei da afinidade e do retorno e da atração, nos trará sempre infinitamente mais da mesma sensação, de abastança, de saciedade, de contentamento, de alegria, de satisfação. Pois se queres ser feliz, não resmungue, não reclame, desfrute do melhor que a vida te dá sem cobrar, lute a sua luta do dia e ao acordar e ao dormir, agradece!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Senhor(a), o que é amor?

“ E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até o fim será salvo.” Mateus 24, 12:13
Vivemos em mundo que caminha cada vez mais rápido para a solidão e para o individualismo, um mundo onde o egoísmo impera a cada dia e onde os indivíduos buscam seus próprios interesses desprezando a opinião alheia e pouco se importando se suas ações afetarão ou não os seus próximos. A sede de poder e a necessidade da vitória que possa ser mostrada como um troféu e como objetivo de inveja de seus semelhantes tornam as pessoas cada vez mais frias e mecânicas, menos tolerantes e impacientes, ansiosas por resultados imediatos. Os casamentos estatisticamente não passam de dez anos e as taxas de divórcio crescem rapidamente. As pessoas se casam e esperam serem felizes sempre e rapidamente e se isso não acontece segundo suas expectativas, dissolvem a união e tentam várias vezes como empresários em suas várias empresas e empreendimentos.
As estatísticas sobre o número de casamentos apontam que as pessoas cada vez mais desacreditam desta instituição familiar. Temem se casar, pois já pensam na separação e suas consequências financeiras, advogados se especializam em divórcio e enriquecem rapidamente como abutres que se alimentam dos restos mortais de outros seres vivos. Estamos numa era onde todos estão simultaneamente mais perto e ao mesmo tempo distantes umas das outras, os celulares e a Internet afastam mais que aproximam as pessoas e essas tendem a acabar se relacionando mais com aparelhos eletrônicos do que com outros seres humanos. Culminamos a ponto de o sentimento e o sentimentalismo ser considerado uma fraqueza abominável entre as pessoas.
Visto o caso dos “Emos”, grupo de pessoas consideradas desprezíveis por seu apelo sentimental, por serem considerados chorões, são acusados por demonstrarem suas emoções em excesso, por expressarem seu amor por outra pessoa ou sua insatisfação com o mundo caótico em que vivemos. São uma minoria que é sufocada pelo sistema de negação da emoção em detrimento da razão materialista. Não defendo a atitude extremista dos Emos, mas esse grupo, que é uma revisitação dos antigos góticos e aos poetas românticos, que viviam suas emoções intensamente e morriam jovens devido aos excessos, mas esses movimentos me fazem pensar onde vai parar uma sociedade que considera o sentimento uma fraqueza, e as emoções uma coisa desprezível. Onde os fortes são os implacáveis, que passam por cima de tudo e todos sem pensar, que vivem a sangue frio. Penso que devemos refletir sobre os valores impostos em nossa sociedade de aparências e fugacidade, para que não acabemos dependendo de bombas eletrônicas para bombearmos nosso sangue. Para que os sentimentos não se atrofiem no peito e nos peguemos sem saber o que responder, num futuro próximo, quando um de nossos filhos de laboratório nos perguntarem: Senhor(a), o que é amor?

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Para Luz Aparecida do Céu.

Estive tão triste, que toda alegria em mim parecia dor, e os sorrisos passados eram facas em minha alma. E eis que beijei a tristeza nos lábios, olhei-a nos olhos e lhe disse adeus. Assim fiz quando descobri que era muito fácil. Entenda. Gosto de desafio, e o fácil não o é, não é? A tristeza me foi fácil, veio sedenta de minhas lágrimas, como puta que nem cobra porque gosta. Se apegou a mim como se apega a todos, que de tristeza gostam. E me tratou tão bem que cansei. Se quiser a Tristeza vou te ensinar como conquistá-la, mas não aconselho pois já disse, ela é muito fácil. Qualquer um pode ter e ninguém gosta dela, mas se mesmo assim quiser a Tristeza, primeiro não olhe para a Luz, por que a Luz é linda! Você pode se apaixonar perdidamente pelo seu olhar, e a Luz é difícil, poucos a conseguem. Muitos enlouqueceram ao ver a Luz e outros tantos por não poder conhecê-la e desfrutar sua felicidade. Pois todos que vêem a Luz sabem que ela é a felicidade. Mas a Tristeza é fácil e se entrega a todos os que não conseguiram a Luz. Basta não olhar para a Luz e será de Tristeza. Esqueça a si mesmo e esqueça a Luz e a Tristeza te acompanhará. Desista da sua vida, dos seus sonhos, e Ela estará lá fiel ao teu lado. Esqueça o que é certo e errado. Jogue fora os sonhos de infância, Jogue fora sua lembrança da Luz. E a Tristeza será tua para sempre! Não é fácil? A Tristeza é coisa feia! É só fazer cara feia, dar uns gritos, e Ela vêm. Talvez eu esteja sendo um pouco duro com a Tristeza. Afinal, ela ao menos me fez companhia. A verdade é que eu vi a Luz, e me apaixonei por ela. Não me importa se ela é difícil, só de ver tanta felicidade ao consegui-la, já se começa a se sentir feliz!
Para Luz Aparecida do Céu.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

COMECEI A SER FELIZ...

Comecei a ser feliz quando vi que não tinha o controle total sobre minha vida e aceitei isso, aprendi que nem sempre a uma ação virá a reação esperada. Aceitei que não era perfeito e aprendi a rir das minhas mancadas e gostar de mim do jeito que eu era. Quando fiz as pazes com o espelho e procurei ver o que tinha de bonito ao invés de ficar caçando meus defeitos. Quando aprendi a gostar mais dos meus amigos sem esperar que eles gostassem tanto de mim quanto eu gostava deles. Quando entendi que nunca estaria sempre por cima, nem sempre por baixo. Comecei a ser feliz quando vi que a felicidade não estava em coisas, e sim nas pessoas, e não importa ter tudo se você não tem ninguém, uma família, amigos, amores... quando vi que tudo que eu precisava era mais um dia, mais um abraço, mais um sorriso, mais um beijo, mais um sonho...e aprendi que nem todos os sonhos se realizam e por sorte vi que nem todos os pesadelos se realizam também. Comecei a ser feliz quando voltei a me surpreender, esperando pouco de tudo, tudo te surpreende. Aprendi a ser feliz quando aprendi a aceitar a dor e a alegria, como aceitei a noite e o dia... Sejam felizes! Sem por que, porque, como já dizia o Poetinha, é melhor ser alegre que ser triste. ;)

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

MAIS UMA DE AMOR.

É preciso coragem para amar! Pois amar é o maior ato de loucura que se pode cometer. Amar é entregar-se a vida e opor-se a tudo que não seja amar. É viver cada segundo como o último e não pensar em grandes conseqüências além do amor em si. É superar cada obstáculo que fatalmente se impõe contanto que o amor seja intocado. Amar é entregar a própria vida nas mãos de outra pessoa, e o próprio sangue, e a própria alma e juntos se entrelaçarem como duas espirais numa cadeia de dna. É preciso coragem, como a dos Romeus e das Julietas
que enfrentam mortes para amar em vida. É preciso a coragem dantesca de ir dos infernos aos céus em busca de seu amor. É uma loucura amar, pois se sofre, padece, se ri e depois chora, de tristeza depois de alegria depois de saudade, de saudade gostosa e depois infinita. O amor machuca e ele mesmo se cura e o amor é tudo e por isso é loucura. É preciso coragem, por que muitas vezes, quando conseguimos voar, não podemos ou não queremos mais voltar ao chão. É preciso força para atravessar a linha sem volta e olhar para um futuro desconhecido com os olhos da esperança, com fé de que tudo vai e pode dar certo, mas que mesmo que não aconteça, leva-se o gosto de haver tentado e não haver desistido de si mesmo. O amor, amor, precisa da loucura para sobreviver, precisa dela para ser mais belo, precisa da loucura para ser infinito, sem a previsibilidade da razão. É preciso a coragem louca dos apaixonados das comédias românticas, que sobem em palcos e cantam seu amor inapropriadamente no momento certo. Ou fazem pedidos de casamento tendo estádios como platéias. Daqueles que se declaram no meio do aeroporto ou mesmo dentro do avião o impedindo de partir levando para longe seu amor.
É preciso o amor louco para ser feliz, capaz de te tirar da rotina, de te enterrar o tédio e te energizar. De te surpreender com um novo inesperado sempre. Mesmo que numa vida normal, de poucas aventuras além do trabalho e da família. Mas que vive numa normalidade mágica, anormal. Feliz. Porque se amam. E quando se ama, tudo parece em outra dimensão, com cores mais intensas e paisagens invisíveis aos olhos mortais.
O mundo precisa de amor, precisa de loucos de amor, como dos mártires que amaram até a morte ao próximo e deram suas vidas por causas e sonhos considerados impossíveis. O mundo precisa de coragem. A coragem de amar uns aos outros. Mas somos muitos racionais, e pensamos que amar é loucura. Pois nem sempre conseguimos amar a nós mesmos, e o amor começa em si e não em dó de si. Ai então possamos talvez nos sentir mais confiantes a amar alguém e amados então quem sabe não possamos amar ao mundo! Mas voltando ao nosso amor, amor. Confie em mim, que mesmo sendo uma loucura, e seja preciso muita coragem, o amor é, na vida, só o que vale a pena!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

O PROBLEMA É A SOLUÇÃO!

E aí, você tem algum problema para resolver? Aposto que a resposta é sim, não é? Sim, porque a nossa vida é assim mesmo, cheia de obstáculos a ultrapassar, cheia de coisas para resolver, de imprevistos indesejáveis, acidentes de percurso e etc. Na infância, na escola aprendemos durante nossas aulas de matemática que problemas são um saco, são chatos e difíceis e tirando aqueles dois ou três nerds que serão futuros professores de matemática, ninguém gosta muito. E os problemas, assim como as dores, tema que já vimos anteriormente, não inevitáveis e constantes. Não importa sua classe social, religião, etnia, nada! Se você nasceu, meu caro e minha querida, você arrumou um problemão! Ou melhor, vários problemas! Mas vamos lá, para começar vamos entender corretamente o que é um problema. Um problema, além daquele da matemática, cheio de xis e ípsilons, significa, para a filosofia, qualquer situação que inclua a possibilidade de uma alternativa, Aristóteles observava o problema no campo da diáletica: dado um problema constatado o indivíduo buscará, no caso dos problemas de ordem prática, à escolha ou à recusa, e nos de ordem teórica, a decisão de verdade ou de conhecimento. E segundo o Dicionário Aurélio: Problema: s.f. Matemática Questão a ser resolvida por um processo científico: problema de geometria. / Fig. Tudo que é difícil de explicar, resolver, tratar, lidar etc.: essa criança é um problema. Dai então podemos concluir que problema é aquilo que não sabemos como resolver, mas que, no entanto sempre tem uma solução. Quando somos ignorantes sobre determinado assunto achamos que o problema não tem solução e que é um verdadeiro obstáculo em nossas vidas. Mas a questão não é o problema, e o problema também não é o problema, o problema é a solução! E neste momento você deve estar com problema para entender isso, como assim o problema é a solução? Você provavelmente está se perguntando. Mas é mais ou menos assim, os inteligentes vão buscar informação para resolver o problema e pronto! Os mais folgados pedem para outro resolver e a vítima fica chorando o problema e culpando os outros e o mundo. Você deve ter se encaixado em um destes perfis, espero que no primeiro, mas se não, também não se desespere e não se envergonhe, este será apenas mais um problema para você resolver.
Os problemas são para mim, algo essencial a evolução e cada um recebe seu problema conforme a sua necessidade de aprendizado, simples assim. Se você deve aprender sobre relacionamentos, sempre terá problemas de relacionamento até aprender a se relacionar melhor, se deve aprender sobre administrar melhor as finanças, óbvio que sempre terá problemas financeiros, se deve aprender a cuidar da saúde, sempre estará doente e por ai vai. A questão é que problemas são os motivadores do que, do que? Das soluções! E para solucionarmos um problema devemos encará-lo de frente! E começar pensando que se este problema lhe foi apresentado, ele tem solução! Todos eles têm. Algumas são invisivelmente óbvias, outras visivelmente desconfortáveis, mas todos tem uma solução e todos tem a capacidade de encontra-la, pois cada problema que recebe é conforme o aprendizado que precisa ter. Se você tem problemas com seu cônjuge, você também tem o poder de resolvê-lo, usando da reflexão sobre a questão, da descobertas dos motivos e da mudança de atitude. Se seu problema é financeiro, estude detalhadamente sua vida financeira, se preciso entre em algum curso de administração, economia, seja lá o que for, que te ajude a encontrar a raiz do seu problema e a solução aparecerá. Se for de relacionamento, descubra o que em comum sempre acontece em todos seus relacionamentos que fazem com que ele não dê certo, muitas vezes você poderá descobrir que o problema estava em você e não em seus parceiros como você sempre gostou de afirmar e acreditar. Enfim, os problemas não são nossos inimigos e na verdade são eles que nos impulsionam a nos melhorarmos, a evoluirmos como pessoa, resolver um grande problema te dá mais autoconfiança pois sabe que poderá resolver outros grandes problemas. Eles nos dão informações valiosas sobre nós mesmos e lições que não aprenderíamos de outra forma. Então, pare de reclamar que tem muitos problemas e passe a resolvê-los, sistematicamente, mas não somente isso, procure agir de forma a evitar problemas, porque na verdade muitos problemas significam somente que você deixou de fazer algo que deveria. E lembre-se sempre da velha máxima: Mares calmos não fazem bons marinheiros!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

APRENDA A LIDAR COM A DOR.

Por que falar justamente sobre dor? Vamos lá! Primeiramente porque acredito que nascer dói. Caso contrário, não choraríamos ao nascer, não é? Imagino que deva ser desconfortável sair de um lugar quentinho, um ambiente o qual já estamos habituados, pois ficamos ali os último nove meses, e sair através de um lugar pelo qual passamos apertado, no caso do parto natural, ou somos retirados abruptamente, no caso da cesárea, e nos depararmos com um ambiente completamente diferente, não conseguimos respirar, pois estávamos acostumados a receber toda nossa fonte de energia através do cordão umbilical e nossos pulmões ainda não estavam em funcionamento, e temos que de uma hora para outra mudar completamente nosso estilo de vida, por assim dizer. A luz nos olhos, que mesmo fechados, deve incomodar, pois estávamos acostumados a escuridão do ventre, a palmada do obstetra, que levamos sem nem ter feito nada e sem saber porque, nos da uma prévia sensação de que esse negócio de nascer não vai ser muito bom, e choramos. Choramos porque sentimos dor, dor física, psicológica, dor. Mal nos acostumamos a essas pequenas, ou grandes dores, e surge outra, a fome! Não sabemos porque mas algo está estranho, nosso alimento não vem mais daquele modo cômodo e sem esforço ao qual estávamos acostumados e sentimos dor na barriguinha e não sabemos o que fazer e choramos de novo, dor. Então nos é dado o seio, o qual tateamos com nossas boquinhas desesperadas as cegas até que consigamos pegar o bico e mamar e saciar nossa fome e sanar nossa dor. Isso quando conseguimos, pois muitos sofrem a tristeza de não conseguir pegar esse alimento diretamente na fonte e é preciso pegar na chuquinha, aquela mamadeirinha de bebê. Estamos então saciados! Oba! De barriguinha cheia, tranqüilos, tiramos uma sonequinha e pensamos que nossos problemas acabaram, quando então lá vem ela de novo, a dor! Lembro como se fosse ontem a tristeza da minha primeira filha Alanis enquanto eu fazia massagem na barriguinha dela logo no primeiro dia de vida, porque então sua mãe estava anestesiada e não podia se levantar da cama. Eu segurava aquelas perninhas minúsculas e empurrava de encontro ao peitinho dela para aliviar a dor e ativar seu intestino que nunca havia funcionado antes daquele modo porque nunca havia mamado antes. E doía, isso era claro. Lá estava ela novamente, a dor. E daí em diante, tanto ela, como todos nós, experimentamos uma série interminável de dores, dor do frio, dor de dente, quando eles nascem, quando caem. Várias dores de barriga, porque como dizem, não dá uma vez só e por ae vai. Então sentimos a dor da solidão, por estarmos não mais ligados fisicamente aquela que nos gerou, e choramos a sua ausência e queremos colo, embalo, carinho. Começamos as tentativas de passos e choramos quando caímos, às vezes por dor da queda às vezes por dor do fracasso em não concluirmos o passo. E assim começamos nossa jornada nesse mundo de dores, e assim o sendo, e se assim o assumirmos como ele é, sem choro. Fica mais fácil nossa caminhada se nos acostumarmos a esse fato e aceitarmos a vida como ela é. Cheia de dores do princípio ao fim. Se você espera um mundo confortável, onde nunca irá se machucar ou sofrer, sinto informar-lhe que nasceu no mundo errado. Esse mundo é feito para aprendermos a superar as dores, a conviver com elas, e não nos deixarmos abater por elas. Tudo dói! Crescer dói! Quando estamos crescendo, é normal sentirmos dores quando acordamos, pois durante a noite nossos corpos estavam crescendo, nossos ossos esticando, e isso dói. Se você não se lembrar, prestes atenção nos seus filhos, sobrinhos, irmãozinhos e vez ou outra os verá reclamando dessas dores. Crescer dói! Quando somos crianças ainda, e vamos aprender a andar de bicicleta, skate, roller, o que acontece? Dói! Porque caímos. Ninguém aprende na primeira tentativa e nunca cai. Todo mundo cai. E dói! No corpo, na alma. Não queremos cair. Não sabemos que é normal. Não queremos sentir dor. As pessoas vão da infância a velhice fazendo de tudo para fugir da dor. Nisso muitas perdem a vida e grandes chances de serem felizes apenas por não saberem lidar com a dor. E assim fugindo dela, perdem os prazeres e alegrias que poderiam ter se aceitassem o fato de que a dor faz parte dessa vida. Todos sentem dor, o que importa é a reação de cada um diante dela. Aqueles que menos se importam com ela, tendem a ter mais realizações e mais alegrias que as que a temem exageradamente. Sendo ela inevitável, devemos aprender a reagir de forma menos dramática e temerosa diante dela. Da mesma forma quando do nascimento, quando chega o amadurecimento do ser, surge novamente a dor. Porque crescer dói, e amadurecer, é como um novo nascimento, temos que novamente sair da nossa zona de conforto, temos que novamente nos adaptarmos a novas condições de vida que não nos são familiares, temos que adquirir novos hábitos, e isso dói. Quando a morte leva alguém que amamos, e isso é inevitável, dói. Quando somos abandonados por alguém que amamos, dói. Quando somos traídos em nossa confiança, dói. Nossa vida terá inúmeros motivos, decepções, pequenas e grandes tragédias, doenças e imprevistos que nos trarão, dores! Concluindo, esteja preparado para elas, não fuja das dores, não viva de modo a evitá-las, elas são inevitáveis e sempre encontrarão um modo de te encontrar, não há como fugir então não fuja desesperadamente dela. Não digo para arriscar sua vida constantemente, colocar-se proposital e constantemente em perigo de morte e outros similares, mas sim, que não viva de modo a evitar a dor a qualquer custo. Não deixe de amar por medo de sofrer com a separação, arrisque-se, não deixe de iniciar uma nova empresa por medo do fracasso social, enfim, não perca os prazeres da vida por medo da dor. Acostume-se com o fato de que elas virão, prepare-se psicologicamente para a possibilidade de ter que lidar com ela, e enfrente-a! Nunca deixe que ela tire o que há de melhor em você. Nunca deixe que ela te impeça de ser feliz. Seja maior que a dor. Supere-a! Aceite-a! Acostume-se com ela e será forte! E ela terá cada vez menos poder sobre você. Até chegar ao ponto de você nem se importar com ela. Coloque seus sonhos e suas metas acima do seu medo da dor, e ai então poderá chamar-se, vencedor!

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

AS VANTAGENS DE NÃO ESTAR APAIXONADO.

Vejo por aí muita gente sofrendo por amor, muitas músicas tristes contando histórias de amor que não deram certo, sobre decepções, esperas, ausências. Enfim, muita dor de corno e afins. Vejo as letras de sertanejo e pagode e o negócio piora. As postagens nas redes sociais então nem se fala, parece que 80 % do pessoal estão sofrendo de amor ou solidão, 18% está fingindo estar feliz e 2% está feliz e por isso você nunca encontra elas on-line. Eu fico vendo esses casos e me lembrando das vezes em que estive também apaixonado, das loucuras que fui capaz de fazer, e não foram poucas, e de todo o sofrimento e ansiedade e tudo que vem no pacote, como noites mal dormidas, má alimentação, etc. Pensei bem e vi que não estar apaixonado poderia ter suas vantagens, tais como essas dez a seguir: 1) Você pode usar seu cérebro para pensar, porque você não vai ter uma pessoa lá o tempo todo ocupando espaço, como uma ideia fixa. E isso pode ser bem proveitoso para sua vida profissional, por exemplo. 2) Você consegue dormir melhor e bem mais cedo, desde que não tenha uma conta no facebook. 3) Você não fica ansioso(a) esperando alguém te ligar. 4) Não fica desesperado(a) se esse mesmo alguém não liga. 5) Você não fica enviando SMS de madrugada bêbado(a). 6) E não fica lendo mil vezes a mesma mensagem que está escrito “humm”, pra ver se consegue entender. 7) Não tem um mini infarto sempre que vê o nome da pessoa em algum comentário, curtir ou no celular. 8) Você não escolhe o lugar que vai ir justamente porque sabe que a pessoa vai estar lá. 9) Você não fica chateando seus amigos(as) falando toda hora da pessoa. 10) E o principal, você não fica com medo da pessoa não gostar tanto de você quanto você gosta dela! É pessoal, vendo essa lista o que podemos concluir? Qual a lição que podemos tirar desse texto? Sim! Que é uma merda não estar apaixonado.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Como Otimizar o seu Sistema Operacional Mental-Biológico.

Olá, neste artigo, eu pretendo fazer uma parábola moderna, uma metáfora ou comparação que seja, entre o seu computador e você, se você está lendo isso, é sinal de que está habituado(a) a usar um e conhece suas propriedades básicas, tais como a sua divisão entre hardware e software, por hardware entendemos a parte concreta, a parte dura, tangível, do seu pc, note, tablet, celular, etc. E por software entendemos que significa a parte invisível e intangível do seu computador, que seriam os programas, sistemas operacionais, etc. Bem, compreendido isto, posso te dizer que também de certa forma somos uma “máquina”, assim como nossos computadores, e possuímos a parte tangível, o nosso corpo e nosso cérebro, como o hardware, assim sendo o nosso cérebro conteria a nossa placa mãe, nossa CPU e nosso HD, pois é lá onde armazenamos e processamos todas as informações que absorvemos através de nossos periféricos, que nada mais são que nossos cinco sentidos, a visão, o olfato, tato, audição e paladar. Existe o sexto sentido, mas esse não é físico, seria uma espécie de software que interpreta a frequência de repetição de eventos e calcula probabilidades de resultados e aponta para prováveis resultados de determinadas ações. Mas esse ainda não é o foco deste artigo. Até aqui concordamos que possuímos algo semelhante a um hardware ok? Então, assim sendo, possuímos também o software, que seria a parte invisível e intangível do nosso sistema, que seriam nossos pensamentos e sentimentos. Assim como num pc podemos instalar softwares em nosso sistema, principalmente através de cursos e livros, podemos instalar um novo idioma, uma nova habilidade como tocar violão, ou jogar xadrez ou uma nova profissão ou esporte. Tudo o que lemos, compreendemos e praticamos por determinado tempo, se instala em nosso sistema e fica ali, como andar de bicicleta, a gente nunca esquece, não é? A questão que me motivou a escrever essa matéria, é que assim como nossos sistemas operacionais dos nossos computadores se infectam por vírus ou acontece de arquivos se corromperem ao ponto de comprometer o funcionamento geral da máquina computador, o mesmo pode ocorrer de forma semelhante na máquina ser humano. Assim como existem alguns vírus que aparentemente não influem muito no funcionamento geral do sistema do PC, podendo em alguns casos apenas roubar alguns dados, ou causar pequenos incômodos na utilização do mesmo. Outros podem levar a destruição total, destruindo o sistema operacional por completo, impossibilitando o uso dos programas da forma correta ou mesmo impedindo o uso de programas. Mas você deve estar pensando, e o que que isso tem a ver comigo? E eu te digo, se você continuar a ler verá que tem tudo a ver com você, comigo e com todos os seres humanos.
Quando nascemos, éramos puros, como computadores zerados, hardware perfeito (infelizmente nem sempre) e com apenas o básico do básico instalado. E ás vezes, ainda, em Linux. rs. Então aos poucos os softwares necessários ao nosso bom funcionamento vão sendo instalados, precisamos de pelo menos um arquivo de texto, e aprendemos um idioma primário com nossos pais e familiares. Depois aprendemos como usar nossas pernas e andar, aprendemos a comer sozinhos, a nos vestir e então vem a difícil arte de conviver em sociedade, nossos pais vãos nos impondo essas leis de convívio através de sim e não, do que pode ou não pode e vamos arquivando todas as experiências em nosso hd cerebral. Quando entramos na escola e no convívio social direto começamos a aprender outras regras e outros softwares passam a ser instalados em nosso sistema. No entanto alguns tipos de experiências negativas, também chamadas de traumas, acabam agindo como arquivos corrompidos, e afetam o sistema o impedindo de funcionar normalmente. Existem centenas de milhares de possíveis experiências negativas que podem gerar esses problemas de registro ou corromper nossos arquivos previamente instalados. E esse arquivo corrompido nos gerará problemas de funcionamento ao longo de toda a vida. Vamos imaginar um bebê que adora tomar banho na sua banheira, sempre se diverte e instala o software “água é legal” no entanto um dia sua mãe por um descuido, tipo ir responder a alguém no facebook, atender um telefone ou tirar uma panela do fogo antes que queime o deixa só e ele quase se afoga. Pronto! O arquivo está corrompido, pelo resto da vida, mesmo que inconscientemente, essa criança terá um pé atrás com a água, dificuldades para aprender a nadar, ou nem chegará a entrar numa piscina dependendo do caso. Mas esse foi apenas um exemplo de como traumas são como arquivos corrompidos. Não existe problema nenhum com a água e sim com o modo como o cérebro dessa pessoa a interpreta devido a sua experiência. E é assim em todas as partes da vida do indivíduo. Uma pessoa que foi terrivelmente traída por exemplo, terá seu software de relacionamento bugado e dificilmente conseguirá se envolver normalmente, ou confiar de novo em alguém sem antes reparar esse problema. Agora que vimos a questão de arquivos corrompidos, veremos a analogia seguinte, os vírus! Assim como nosso sistema operacional dos computadores são infectados por vírus, nosso sistema operacional mental-biológico, como gosto de pensar também o é, porém em nosso caso o nome correto seria vício. Como já disse anteriormente existem vírus fatais e aqueles que parecem não atrapalhar muito, e assim também funciona com os vícios.
Existem vários tipos de vícios, e alguns são aparentemente normais, ou assim são considerados, como vicio em chocolate, ou vicio em facebook, ou vicio em coca-cola, no entanto todo vicio tem seu lado ruim e causa um distúrbio em nosso sistema, e assim como existem vírus de computador que destroem tudo, também existem vícios que levam a destruição da vida pessoa, como no caso do crack, que consome toda a atenção do sistema operacional humano para aquela única atividade, e aumenta cada vez mais sua ação e se o indivíduo não procura uma ajuda e não procura se “formatar” acaba encontrando uma morte prematura, seja através de problema de saúde ou pela violência gerada pelo estilo de vida. Existe também aquela pessoa que carrega um vírus/vicio dentro de si por anos a fio e até já o considera como uma parte inerente de si mesma, e não percebe o quanto aquilo o atrapalha em alcançar suas metas, principalmente quando esse vírus vem com uma máscara de legalidade, de autenticidade, como o álcool e o cigarro, que são legalizados e vendidos abertamente e socialmente aceitos, no entanto são vírus que vão corrompendo o sistema aos poucos e o torna mais lento e menos eficiente do que seria o seu normal. Mas então como podemos otimizar nosso sistema operacional?
Se o vírus que carregamos é muito grave, como no caso do alcoolismo e/ou dependência química, existem várias clínicas boas onde se “formatam” pessoas. E como no caso dos vírus mais perigosos, é normalmente a única saída mesmo. Porém se existe um incomodo, se algo não vai bem, mas não se sabe o que, o que se deve fazer? Simples, deve-se dar uma geral na máquina. Deve-se scanear a si mesmo em busca de vírus e erros que podem estar atrapalhando, pode-se conseguir isso com uma boa meditação periódica, uma auto avaliação crítica, ou com um bom psicólogo e até mesmo com um bom livro, daqueles que realmente nos fazem pensar. Depois devemos passar um programa de limpeza na alma, pois após descobertos os traumas e os compreendidos, devemos nos desprender deles, após compreendermos nossas falhas passadas, devemos nos perdoar, pois só assim se deleta esses arquivos corrompidos e indesejados. Às vezes, você pode descobrir que o vírus que te atrapalha, está naquela pasta ou arquivo que você mais gosta, se é que você me entende, e que, no entanto precisará ser deletada, mas em compensação, assim como quando formatamos um PC, ou damos uma boa geral nele tudo fica mais rápido e funcionando perfeitamente, assim também acontece conosco quando nos livramos daquilo que nos trava ou atrapalha. E então, depois de ter seu sistema limpo, instale novos hábitos/softwares saudáveis e de tempo em tempo, volte a repetir o processo, parar tudo e fechar os olhos, olhar para si mesmo e se otimizar!

sábado, 3 de agosto de 2013

O Homem e a Montanha.

Um dia, ontem, hoje e amanhã. Um homem percorria perdido o seu caminho para lugar nenhum. Ia lento, muito lentamente, pois carregava consigo uma bagagem enorme. Esse homem era muito rico, ou pelo menos, ele próprio e a maioria de seus amigos e conhecidos o achavam. O sol brilhava fortemente, mas ele só via a sombra que suas malas faziam no chão, e o chão era o único lugar que via, pois o peso era muito e o focava a isso. O suor cobria sua pele como se sua pele fosse água e suas pernas se tornavam mais e mais pesadas. Todos os que o viam o achavam triste, pela sua expressão cansada e pelas tantas palavras feias que saiam vez ou outra de sua boca. Mas ele se considerava feliz por ter tudo o que tinha para carregar. Quando pensava que não estava bem aos olhos dos outros viajantes, tirava de uma de suas sete malas, um espelho, um pente e seus cremes anti-feiúra, e logo se sentia feliz e bonito, mas só sorria uma vez para o espelho. Logo depois se sentia triste novamente e abria outra mala, de onde tirava algum litro de alguma coisa e algum fumo. Em pouco tempo o homem se achava feliz novamente e partia em sua jornada rumo ao nada... Assim que se via só, que se dava conta de que estava só, abria outra mala e tirava dela uma revista de fofocas ou fotos das pessoas que um dia pensou amar. Sorria para o passado e logo guardava tudo e jogava nas costas, junto às outras. Algumas vezes pelo caminho, quando uma pedra o fazia tropeçar e cair, ou quando esta parecia grande demais, o homem abria outra mala e dela tirava seus diplomas, medalhas e alguns troféus, ele os admirava e estas coisas lhe animavam o suficiente para seguir adiante. E o homem caminhava e ia com a certeza de que ao chegar onde estava indo, ficaria ainda mais rico do que era, e algumas vezes para reforçar essa certeza o homem abria uma mala e dela tirava alguns recortes de mansões, castelos, carros, motos e tudo o que pensava que gostaria de ter e fazer. Isso o encorajava e o homem seguia seu rumo quando, algumas vezes, um outro homem, que estava a muito na sua frente, voltava e lhe perguntava se ele iria subir a montanha. Ele se enfurecia com aquele homem que lhe falava sobre coisas sem sentido, pois não via montanha alguma, somente o chão e as pedras e algo o incomodava quando via aquele homem, que parecia feliz e não carregava nada, era pobre e louco, ele pensava. Aquele homem o lembrava algo e assim que o homem sumia na sua frente ele abria uma de suas malas e tirava fotos de todas as pessoas que o irritavam, do homem que se casou com seu amor de adolescência, do outro que roubou seu emprego, daquele que comprou a casa dos seus sonhos e o carro que mais queria. Sentia raiva, muita raiva e a raiva o deixava feliz. O homem seguia cada vez mais cansado e quando a noite chegava ele se apertava com uma de suas malas, mas nunca a abria, a apertava forte e rezava para não precisar abri-la. O dia nascia e o homem seguia. Outro dia, depois de todas as vidas, uma montanha apareceu na sua frente, era enorme e só parecia acabar no céu, mas ele não via, pois só via o pé da montanha. Pensou em dar a volta mas não via por onde e já estava cansado demais para voltar ou para contornar, portanto decidiu seguir adiante e começou a escalada. O esforço era muito e a bagagem estava toneladas mais pesada, pois nunca em sua jornada ele deixava de encher as malas. Após alguns metros e algumas quedas ele se sentou, abriu uma mala, a do espelho, deu uma boa olhada em si mesmo e se viu acabado, estava cheio de marcas na testa, envolta da boca, os cabelos grisalhos e sua aparência era triste. Pegou o espelho revoltado, jogou dentro da mala e depois jogou a mala, que se desfez na queda. Respirou fundo e subiu mais um pouco, se sentindo mais leve. Porém a montanha era muito alta e logo suas forças se acabaram. Sentou-se encostado numa pedra e abriu outra mala, nela se encontravam as bebidas e os cigarros e o homem bebeu e fumou, bêbado tentou subir mais um pouco e caiu, seu pulmão parecia estourar e ele desmaiou.
Ao acordar percebeu que era inútil carregar aquela mala e se livrou dela. Esboçou um sorriso triste e meio mancando, porém mais leve, tornou a subir e quando mais subia mais pensava em si mesmo, onde estava e aonde ia, pensou e parou, pegou a mala com as revistas e as fotos, abriu-a, deu uma boa olhada e sorriu ao vê-las todas voando livremente para o nada. Quase em pé, podia distinguir o que poderia ser um raio de luz, mas não podia ter certeza, por isso decidiu subir mais. Enquanto subia, pensava agora no que ganharia ao chegar lá em cima e descobriu que era mais que um diploma, medalha ou troféu, era sua própria vida e nesse instante decidiu jogar fora essa mala também. E o homem subia cada vez mais leve e feliz por estar mais leve e subindo, logo estaria n topo e estaria salvo. Quantas pessoas conseguiram salvar a si mesmas? Ele pensava, e se sentia feliz por saber que poucos conseguiram subir aquela montanha e que talvez nenhum daqueles homens a quem invejava odiosamente pudessem subir até onde ele subira e jogou fora a mala com seus nomes, fotos e listas de bens e junto com a mala toda lembrança de todos os que o faziam mal e subiu cada vez mais rápido e cada vez mais livre e quando pensava que estava quase chegando, eis que chegou a noite. Ele apertou sua mala consigo e subiu mais um pouco. Sentiu algo estranho e parou, soltou sua única mala no chão e a abriu, nela viu seus remédios para a cabeça, coração, stress e tudo, viu suas facas e seu revólver e seu spray de pimenta. Ficou olhando um pouco para o vale escuro e depois para as estrelas... há muito tempo não via as estrelas e se lembrou do pobre louco que o vinha sempre a chamar a subir a montanha, e pensou que aquele homem não era pobre nem louco, ele era rico, pensou, pois era sábio e sabia que para se chegar ao cume da montanha mais alta não se precisa de bagagem nenhuma, tudo o que se precisa é de si mesmo, da montanha e de acreditar que se vai conseguir. Depois que pensou isto, pegou a mala e ao jogá-la no vale escuro disse a si mesmo em voz alta: - Não tenho mais medo, não tenho mais nada e mesmo que amanhã eu não chegue ao topo desta montanha, continuarei subindo, leve e feliz, pois a felicidade não está em chegar ao topo e sim em estar leve e subindo, obrigado rico e sábio homem, que me ensinou a andar nu em minha alma. Disse isto e deitou-se cansado, porém leve e feliz, com um sorriso sincero nos lábios e nada nas mãos. Ao amanhecer, acordou com o primeiro raio de Sol e quando olhou para cima, estando totalmente em pé e com os braços abertos, abriu um enorme sorriso... pois tudo o que via agora... era o Sol. 05/02/02

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Festa dos Filósofos.

Estive outra noite numa festa onde os convidados eram todos filósofos... Há dias me sentia estranho, com uma sensação quente e fria no peito, e não sabia exatamente o que sentia. Decidi perguntar aos filósofos o que era o que sentia... Tales me disse que era coisa da Natureza, mas disso já desconfiava e fui a Sócrates perguntar, mas ele disse que só sabia que nada sabia e que eu só deveria sentir. Platão completou explicando que o que eu sentia já existia antes de eu sentir... lá no mundo das idéias... Achei abstrato demais e perguntei a Pitágoras, que calculava a eternidade naquele instante, se o que sentia era certo. No que ele me olhou e sorriu suavemente dizendo: Tão certo quanto um meio e um meio são um e um e um são dois! Olhei para Aristóteles que me olhava com expressão poética e num gesto tragicômico me disse: Lógico! Procurei Demócrito e o encontrei jogando xadrez celeste com Heráclito e enquanto fazia um movimento lhe dizia em tom de brisa: Meu irmão... para que algo exista é preciso próton, nêutron e elétron, xeque! – O jogo ficou ternamente tenso e achei melhor não interromper. Encontrei Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, bebendo água da vida na fonte e perguntei novamente o que era o que sentia, no qual o primeiro respondeu: Deus! E o segundo completou: A lógica de Deus é Luz, e a luz lógica do coração é o Amor! Com aquelas palavras caminhei maravilhado pelo salão sem fim e distraidamente esbarrei em Descartes, derrubando-lhe a maçã que estava prestes a morder, indignado, me deu um tapinha nas costas e me deu Razão. Caminhando então cheio de razão, encontrei Hobbes e ele me perguntou como andavam as coisas, como ia a minha busca, essas coisas... e eu disse que estava amando, ele me disse que isso já existia antes do Contrato Civil e que era Direito Natural. Bem, tudo estava do meu lado e o vento soprava a meu favor, eu não tinha dúvidas quando encontrei Hume e Locke fazendo algumas experiências com as flores astrais... convidei-os para meu futuro matrimônio, porém eles se entreolharam e depois me encarando com um sorriso irônico nos lábios me disseram que o que eu estava sentindo era apenas a soma de várias percepções, que era apenas coisa dos meus olhos, nariz, boca, tato e audição e não do meu coração, e que provavelmente se não existisse nada disso eu não sentiria nada. Fiquei um pouco confuso e perambulei perdido pelo Caminho... Encontrei Hegel e felizmente ele conseguiu me acalmar um pouco dizendo que era apenas uma Tese, que estava pedindo desesperadamente por uma Antítese e que provavelmente isso ia dar em Síntese. Suspirei aliviado e Marx disse que capital e que eu investisse tudo... Freud explicou que o conflito havia surgido entre o Ego e o Superego por causa do Id, Jung riu e disse que isso era sonho... Cansado de tanta informação e confusão, sentei-me para descansar ao lado de Sartre, num café em frente o Rio da Água da Vida, ele a bebia numa xícara fosforescente e contemplando a paisagem sem fim escrevia o que parecia ser um poema. Contei-lhe todo o meu dilema e ele parecia ouvir sem ouvir... ao fim da história me perguntava: O que é Amor? O que é Sentir?... No que então ele me olhou sorrindo sábia e humildemente e me estendeu um pequeno papel brilhante que continha o que parecia um oito deitado em chamas, então ele disse pausa...da...mente... “Sentir... Amor...É...Existir...” Então eu acordei!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Carta aos Futuros Moradores desta Terra.

Olá! Bom dia! Ou Boa noite! Se ainda houver dia, ou se ainda houver noite! Se você está lendo este texto é devido a dois motivos, primeiro, você, ou vocês encontraram as placas metálicas em que eles foram escritos, não pensei que arquivos de texto seriam algo resistente ao tempo, se é que você me entende... e se você me entende vamos ao segundo motivo, você conseguiu decifrar os códigos de umas das línguas em que este texto foi escrito, preferi utilizar algumas dentre as primeiras e as últimas línguas mais faladas no planeta, que caso não saibam, chamávamos Terra. Escolhi dentre tantas o hebraico, o latim e o inglês, com o objetivo de ajudar sua compreensão deixei propositalmente anexos tais como dicionários e gramáticas das mesmas, diga-se de passagem, nós não tivemos esse privilégio em relação aos nossos antecessores, mas isso está agora fora de questão. A questão é, vocês já devem ter observado por ai os prováveis restos de nossa civilização e ao encontrar estes textos devem se perguntar: Como uma civilização aparentemente tão desenvolvida pode destruir um mundo tão belo e desaparecer assim? E foi com a intenção de responder a essa pergunta e com o intuito de ajudá-los, através de minha humilde e triste experiência, a compreender um pouco mais sobre esse nosso lindo planeta, que agora já não é mais nosso e sim vosso. Nós, os humanos, assim éramos chamados, porém com a evolução nos tornamos na verdade cada vez menos humanos, no sentido mesmo da palavra. Apesar de tentarmos, não conseguimos explicar as questões que envolvem nosso aparecimento aqui. Uns criam num Deus onipotente que nos modelou do barro e nos deu um sopro de vida, outros que evoluímos através de uma seleção natural
e nos desenvolvemos a partir de animais, os quais chamávamos macacos. Uma terceira e recente linha de pensamento não descarta a possibilidade de que tenhamos sido fruto de experiências feitas por seres superiores e extraterrestres. No entanto até hoje, não há provas irrefutáveis que comprovem a veracidade destas teorias. Aqui estando nós, seres humanos, sem explicação alguma, inventamos centenas de histórias que explicassem nosso existir, e os chamávamos mitos e lendas. Explicávamo-nos uns aos outros e concordávamos com nossas histórias e criamos hábitos e rituais que justificassem nossa existência. Descobrimos o fogo e paramos de comer carne crua, aprendemos a plantar e colher e paramos de ter que viajar sempre que os recursos naturais escassavam. Inventamos a roda e o nosso meio de locomoção foi revolucionado. E a partir daí começamos. Porém desde o início carregávamos um grande mal que nunca foi curado, a solidão. Desde o início o ser humano se sentiu só, como parte isolada do resto e sempre agiu a fim de manter a sua sobrevivência e a adquirir os recursos para tal, não importando as conseqüências, como a morte da sua própria espécie. E desde o principio irmão matou irmão, como se o outro não importasse, como algo além de si mesmo, e por um pedaço de carne, uma fêmea ou uma caverna que fosse, matavam uns aos outros, e logo, a partir do manuseio de madeira e pedra, inventamos nossas primeiras armas. E nos matamos todos os dias com elas, pensando que éramos fortes e inteligentes pois sabíamos como nos defender dos inimigos. Passamos a dar valor às coisas e inventamos as guerras, inicialmente e finalmente por causa de terras, irônico não, planeta Terra, guerras por terra, mas, aliás, vocês devem ter reparado que o planeta é composto em sua grande maioria, agora uns 70%,de água, espero, para o vosso bem, que essa percentagem não tenha mudado muito. Víamos uma terra boa, produtiva e íamos lá e como já era habitada, matávamos todos os habitantes que estavam lá e a tomávamos para nós, orgulhosos e triunfantes, não nos importando nem um pouco com os outros seres humanos que viviam ali, pois eles eram os outros e eram considerados inferiores seja por questões religiosas, étnicas ou qualquer desculpa esfarrapada que pudéssemos conseguir para justificar a nós mesmos toda e qualquer matança obviamente desnecessária. Já que falei sobre religiosidade preciso vos explicar esse invento nosso, a Religião, essa foi a evolução da tentativa surgida nos mitos e lendas para explicarmo-nos o sentido de estarmos aqui e como agirmos nesse planeta, e foi como uma primeira constituição, com leis e tudo o mais.
Em nome dessa religião, ou dessas religiões, pois tivemos muitas, muitas mentes, muitas versões. Sacrificamos pessoas para acalmar fúria de deuses que nunca vimos, fizemos guerras santas, enforcamos, e até crucificamos Aquele que disse ser filho de Deus, em nome da mesma religião. Usando dessa mesma religião, nos torturamos, queimamos em fogueiras, e mantivemos em ignorância nosso mundo por uns mil anos, e quando dissemos que renascemos, ainda assim não aprendemos a viver sem a morte, e continuamos com as guerras, e inquisições e as colonizações e as chacinas de povos e culturas somente por serem diferentes e para roubarmos suas riquezas. Descobrimos a pólvora e inventamos as armas de fogo. Descobrimos e eletricidade e logo inventamos a cadeira elétrica. Inventamos o avião, um modo de realizar o sonho antigo de voar como os pássaros e logo os usamos para a guerra, curiosamente o inventor do avião usou a também humana invenção, arma de fogo, para tirar a própria vida ao ver sua invenção munida de armas de fogo e usada para lançar bombas explosivas durante a guerra. Escravizamos, torturamos e assassinamos pessoas apenas por terem uma cor de pele diferente, ou uma crença diferente. Pensamos haver uma raça superior e que as outras deveriam ser exterminadas, causando o genocídio de milhares de vidas inocentes. Descobrimos a energia atômica, e resolvemos o problema energético do mundo, não,
inventamos a bomba atômica e lançamos sobre duas cidades superpopulosas como se jogássemos bombinhas em formigueiros. Por agora vocês devem estar pensando, se é que ainda não vomitaram, que povo horrível esse! É, vendo assim, não tenho muito do que me orgulhar. Mas não nos satisfizemos em nos matar uns aos outros e sem perguntar a ninguém passamos a destruir o planeta também. A ânsia cada vez maior de poder, e a descoordenada expansão das cidades humanas, fizeram com que as pessoas se distanciassem ainda mais e se tornassem cada vez mais e mais egoístas. Nossas cidades passaram a exigir muito espaço, e muitas florestas estavam no nosso caminho, então, devido a nossa lógica elas deveriam deixar de existir. Nossas cidades produziam um lixo que a natureza demora muito tempo para absorver, nos desculpem, mas deve ter muita sujeira ai pra vocês limparem, não é?Espero que tenham a tecnologia necessária para a limpeza. Nossas indústrias, que produziam toda a parafernália “essencial” a nossa existência, liberavam gases extremamente venenosos a nossa atmosfera, o que fez com que nossas camadas protetoras desaparecessem nos deixando assim indefesos contra os efeitos dos raios ultravioletas vindos do nosso sol, que ainda deve estar ai, talvez maior e mais explosivo, pois já anda digamos meio que temperamental, com o perdão do trocadilho. Continuando, poluímos nossos mares e desperdiçamos nossa água acreditando que ela não teria fim, fizemos testes nucleares nos mares e desestruturamos o meio ambiente de todas as formas pensáveis e impensáveis. No fim estávamos num planeta hiperpopuloso, sem camada de ozônio, desmatado, com carência de água potável, carência de recursos naturais em geral e alimentos, e como no fim o homem não se mostrou em nada diferente dos primeiros homens que guerreavam por causa de terra, uma nova guerra começou, todos lutando pela sua própria sobrevivência, e veio o caos. Bombas ainda piores que a atômica foram inventadas e dizimavam todos os seres vivos de um local. Armas biológicas são soltas e capazes de matar países em pouquíssimo tempo, a natureza reage devido aos abusos cometidos por nós e estoura em terremotos e vulcões, em tsunamis que devastam tudo por onde passam. Assim sendo, como puderam perceber, nem mesmo toda a nossa grande inteligência pode nos salvar de nós mesmos e nada pode nos salvar dos cataclismos naturais em grande parte causados por nós mesmos e nossa conduta irresponsável. Agora estou aqui, vendo o meu mundo morrer, as pessoas assassinando seus próprios filhos, e filhos assassinando seus pais, pessoas se explodindo em lugares públicos em nome da fé, políticos desviando o dinheiro destinado a saúde e as pessoas morrendo nas filas dos hospitais. Pessoas passando fome até a inanição fatal. Pessoas matando seus cônjuges e enterrando em casa. Crianças encontradas nos lixos e toda a sorte de crueldade imaginável. Inventamos a internet e ainda assim sinto como se não houvéssemos evoluído um dia desde que descobrimos o fogo. Fomos ao espaço, porém não conseguimos parar de nos matar. Não conseguimos explicar como realmente surgimos e qual o nosso propósito aqui. Não aprendemos a viver nesse mundo sem destruí-lo e não deixamos os instintos primários de lado. Não deixamos de competir e principalmente não deixamos de ser sós. E continuamos com o mesmo sentimento de medo e solidão que tínhamos quando chegamos a esse lugar e não aprendemos a nos ver como um só corpo e ao planeta como um ser vivo e lar de todos. Não conseguimos aprender que somos todos exatamente iguais, independente de cor, credo, localização geográfica ou nível social, cultural ou financeiro. Não compreendemos que o inimigo de um é o inimigo de todos e que a morte é o nosso maior inimigo e não nosso aliado. Não aprendemos que o que importa não é o que nós temos e sim quem somos. E nossa ignorância não nos permitiu ver que a cada um que matamos matávamos a nós mesmos, e que a cada árvore que cortamos cortávamos a nós mesmos e que a cada rio que poluíamos jogávamos lixo em nosso próprio copo. E cada instante e de todas as formas tudo o que fizemos foi sujar, roubar, matar e destruir, ao mundo e a nós mesmos, mesmo em pequenos gestos aprovados por todos. Bem, espero que agora possam compreender o porquê de tantos destroços e desertos
e da ausência de moradores inteligentes, espero que hajam alguns animais, ou talvez alguns peixes, nesse tão grande e lindo planeta azul, aliás, será que ele ainda é azul? Por enquanto é. Para terminar este triste relato de quem escreve como quem está com uma arma apontada pra cabeça, gostaria de deixar alguns conselhos de alguém que caiu em um mundo prestes ao fim. Em primeiro lugar, caso ainda não saibam, porém espero que já saibam, todos nós, humanos ou humanóides, somos partes de um mesmo corpo e a morte de ninguém deve ser tolerada como se não tivesse importância, pois quando fechamos os olhos para o primeiro, os fechamos para todos os erros e abrimos precedentes para o mal. O maior poder que o ser humano pode desenvolver é a capacidade de se colocar no lugar do outro. Entender o próximo, ser o próximo. Se houvéssemos desenvolvido esse poder talvez agora não precisassem ler isso e contaríamos de nossas próprias bocas o que passamos antes de nos encontrarmos a nós mesmos. Amem –se como se todos fossem parte de uma mesma família e cuidem todos de todos. Não se deixem iludir por posses ou propriedades, e se possível não permitam que exista essa palavra no seu vocabulário.Que não exista o verbo ter. Que tudo seja de todos, e que use aquele que precisar no momento. Caso possuam armas, as destruam imediatamente, todas, de todos os tipos e apaguem os rastros de sua existência de toda a sua cultura. Se possuírem religiões, unifique-as, ou as extinga todas, pois tudo o que gera diferença e divergência leva a guerra. Não permitam que as moradias sejam diferentes, sendo muito contrastantes entre si, para que não haja inveja, outra arma mortal que desenvolvemos contra nós mesmos. Que seus meios de transportes não agridam ao meio ambiente e que sejam comum a todos e impessoais. Amem a água e respeitem os mares, nunca os poluam jogando restos de sua civilização. Se não houverem muitas árvores, dêem uma ajuda a natureza e plantem algumas e cuidem dos animais, pois cada um tem um importante papel no ecossistema planetário. Tentem usar algo como energia solar ou a própria água como fonte de energia e por favor não usem nem briguem por causa de petróleo, procurem uma fonte limpa e inesgotável. Mas se chegaram até aqui, não devem ter usado diesel nas naves não é? Caso forem nossos descendentes, apenas não usem petróleo. Para concluir, amem muito, uns aos outros e usem o tempo livre que terão não correndo atrás de posses e poder, para criar arte, muita arte, cantem muito, dancem muito, pintem muito, façam jardins enormes e grandes esculturas magnânimas e escrevam e vivam e respirem arte, e aos vossos cientistas, um conselho, só existem duas questões realmente dignas das melhores mentes de uma espécie mortal. Descobrir o alimento perfeito e como eliminar a morte. Pois nós aqui fomos por milhares de anos obcecados a possuir coisas e nunca percebemos que nem nosso próprio corpo era nosso e que teríamos que devolver um dia, e muitos juntaram tesouros que nunca desfrutaram. Pois digo, se uma raça me quiser dizer que é realmente inteligente e superior, que elimine, as armas, a fome e a morte. Então é isso ai, cuidem bem do nosso planeta e tentem não cometer os mesmos erros que nós. P S: Caso consigam ver e esteja inteiro, deixei um cd de pedra com algumas obras de arte gravadas pra vocês não pensarem que fomos tão ruim assim, até tínhamos salvação, mas as pessoas se acomodaram demais... Abraço de um Terráqueo já sem corpo em Sem-Terra.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

NÃO PERCA O FOCO!

Então num belo dia o Brasil acordou, os revoltados finalmente saíram do facebook e foram para as ruas protestar! O motivo inicial fora o aumento de R$ 0,20 centavos na tarifa do transporte público em algumas grandes capitais do país como São Paulo e Rio de Janeiro, mas logo não era mais apenas pelos vinte centavos, os cartazes diziam. Então manifestantes começaram a levantar cada um a sua bandeira particular, ou melhor, cartaz. Um lutando contra a Pec 37, outro contra a cura gay, outro contra a corrupção em geral, outro pedindo pela educação, outro pela saúde, outros pela liberação da maconha, pelo fim da maldade, etc ou seja cada um puxando a sardinha pra um lado e alguns pedindo coisas impossíveis de serem atendidas pelo governo, como a própria corrupção, como bem disse uma jovem que vi num vídeo esses dias, não tem como o governo acabar com a Corrupção, como se pudesse de uma hora pra outra aparecer em cadeia nacional e declarar: Está decretada o fim da corrupção! Não isso não vai acontecer! O que pode acontecer é que as leis se tornem mais severas, o que pode acontecer é que os condenados por corrupção sejam presos! Isso sim pode acontecer. A questão que quero levantar aqui é que não basta apenas estar revoltado e sair gritando pelas ruas que quer isso e quer aquilo e quer aquilo outro e quero agora! Não é assim que funciona! O que é preciso é ter foco! É ter o mínimo de organização no movimento e saber pedir uma coisa de cada vez. É preciso saber exatamente o que pedir! Existem as demandas regionais e nacionais. A nível nacional podemos exigir que os políticos condenados sejam presos e afastados permanentemente do congresso por exemplo. E se manter focado nisso até que aconteça. Então nos direcionamos para outra área, como a saúde, e estudamos o que devemos pedir para que realmente alguma coisa positiva aconteça, ai então focamos nisso até vermos o resultado, depois nos voltemos para a educação, e novamente procuramos uma coisa objetiva para exigir, algo concreto que realmente possa ser feito e cobramos aquilo até que seja feito. Bem, esses foram alguns exemplos em relação ao país todo, no entanto todas as cidades e regiões possuem seus próprios corruptos a serem perseguidos e seus próprios problemas a serem sanados, foquemos nesses! Não adianta um jovem erguer uma placa falando em 20 centavos e pedindo para baixar a tarifa do transporte público sendo que ele anda de bicicleta ou skate e a cidade dele é tão pequena que nem tem transporte público, ou o preço não chega a ser um problema. Tem que focar a atenção do grupo nos problemas que realmente interferem na vida dos cidadãos locais, está faltando leito ou uma ambulância no hospital da cidade por exemplo. Exijam isso! E não parem até conseguir! Procurem junto com os problemas as soluções e já as deixem claras e exija uma atitude do seu governante em relação aquilo. Tá certo que é bonito de ver, mas erguer num protesto um cartaz escrito PAZ não vai ajudar a trazer a paz, já ensino integral, curso profissionalizante gratuito e projetos de inclusão no mercado de trabalho para comunidades carentes ajudariam muito nesta questão. Tá certo que é legal o povo falar que as manifestações não tem liderança, mas imagina uma centopéia andando sem uma cabeça para direcionar seus pés, para onde ela iria? Todo corpo precisa de uma direção, reúna-se, organizem-se, decidam as prioridades dos protestos, qual problemas vocês querem ver resolvido primeiro?Unam-se e entrem em acordo sobre o que querem! E não perca o foco!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Seja Bem-vindo(a)!

Nesse espaço você encontrará meus textos em prosa, sejam contos ou crônicas, realistas ou fantásticos! Fiquem a vontade para comentar, compartilhar, debater ou criticar, desde que de uma maneira construtiva, lógico.

O Governo do Povo.

São sete e meia da tarde, saio daqui meia hora do trabalho, estou cansado já, o calor é insuportável, mas na verdade já nem me lembro mais o que é sentir frio, desde que o verão eterno começou a uns 10 anos atrás. No começo achei legal, poucas roupas, praia o ano inteiro e mulheres com poucas roupas, mas depois de um tempo e das complicações devido aos raios ultravioletas, sem o filtro da camada de ozônio, tais como câncer de pele e novas doenças devido a desidRatação, sentimos falta das estações. Lembro de um tempo em que as janelas não eram negras e ainda podíamos andar a luz do dia antes das três horas da tarde. Agora isso é quase um suicídio. A verdade é que o mundo mudou muito, algumas coisas para pior, outras melhoraram e muito. O tema da minha coluna de hoje é o @governo. Os jovens de hoje não se lembram disso, mas houve um tempo, quando eu era um rapaz e a Internet ainda engatinhava e usávamos computadores, isso mesmo, se chamavam assim, eram máquinas estranhas, e se dividiam em monitor, teclado, mouse, e gabinete, isso mesmo, tudo era separado! E separados de nós mesmos! As crianças, meus netos se divertem quando conto essas histórias, acham muito ridículo! Mas era assim. E o @governo? Era mais ridículo ainda! E funcionava mais ou menos assim. As pessoas, num determinado dia do ano, escolhiam através de voto, que primeiro era num pedaço de papel, não riam, e depois numa máquina onde se apertavam botões coloridos, não riam, as pessoas que representariam seus direitos e necessidades num circo de horrores chamado congresso. O que acontecia era que a maioria das pessoas não sabia o poder que davam a essas pessoas e muitas delas se vendiam por muito pouco, por comida, roupa, migalhas ou até mesmo por um sorriso falso e um tapinha nas costas! Isso mesmo. Ah! E por dinheiro... de papel! É sério, o capital era totalmente diferente e era um monte de papel cheio de bactérias que todo mundo corria atrás a qualquer custo! Nisso evoluímos muito também. Então nesse tal congresso, que era na verdade uma construção cheia de cadeiras que normalmente ficava vazia, e só em raros momentos, quando convinha aos interessados representantes, se preenchiam um chamado quórum e votavam algo inútil ao povo, como o aumento dos próprios salários. Ai cheguei ao ponto, esses representantes tinham salários!!! Recebiam um enorme montante de capital para não fazer nada além de passear pelo mundo e votar projetos em causas próprias, enquanto milhares de pessoas viviam numa coisa chamada miséria, que graças a #NovaDemocracia, conseguimos eliminar. As pessoas viviam em caixas de madeira, ou em cubículos de tijolos sem reboco amontoadas umas em cima das outras, que desmoronavam quando chovia forte, mal tinham o que comer e muitas, mas muitas mesmo, mal dormiam a noite, coisa de uma a duas horas e trabalhavam o tempo todo e se exprimiam em trens, algo como nossos túneis móveis, mas muito pior, e ônibus, que eram menores que os trens, tinham rodas e foram extintos quando a emissão de gases foi finalmente transformada em crime contra a humanidade. E a saúde, naquela época deveria ser chamada de doença pública, pois era tão precária que era somente uma ilusão de cura, muitas pessoas esperavam meses e anos em uma fila para exame ou transplante, isso mesmo, existia fila para uma pessoa ter a chance de se curar, e muitos morriam nela. Mas voltando ao assunto de hoje, o @governo era formado pelos chamados eleitos pelo povo, mas na verdade quem elegia os governantes era a mídia, quando ainda era separada da Internet, a televisão era quem comandava a mente das pessoas e faziam a pessoa acreditar no que eles quisessem, desde que um produto era bom para beber até que uma pessoa com ficha criminal kilométrica seria a melhor para os governar. Então esses eleitos detinham todo o poder de decisão sobre o que nós precisávamos, e vocês pensam que eles se preocupavam conosco, nem um pouco, e ainda recebiam quantias absurdas para nos humilhar e roubar sem que pudéssemos fazer nada além de reclamar e chorar ao vermos nossos filhos com fome ou doentes. E a desculpa era óbvia, nós havíamos escolhido esses representantes! E as coisas pareciam que seriam eternamente assim, quando o caos chegou a um tal ponto insuportável que as pessoas decidiram enfim tomar uma atitude, haviam já na Internet coisas como uma chamada transparência fiscal, onde as pessoas poderiam ver onde o recurso estava sendo gasto e então com o avanço da Internet, começou a revolução sem armas. Indignados, os cidadãos se reuniram nas então chamadas redes sociais e fizeram com passeatas, protestos ou confrontos a transição para a #NovaDemocracia, pois a antiga não cumpria com o significado real de governo pelo povo que a palavra democracia contém e foram depostos todos os políticos que estavam no poder naquele momento e eleitos virtualmente pessoas com índole incontestável e que não receberiam salário algum, pois além de já serem pessoas bem sucedidas, na #Nova Democracia os novos políticos seriam como os antigos reis do século XX que estavam ali somente como um símbolo sem poder real algum. Os programadores de ponta criaram então as ferramentas primeiras pelas quais o povo teria condição de votar os melhores projetos através da Internet, todos os cidadãos aos poucos se cadastraram no site Governo e receberam sua senha genética que lhes permitia votar nas Leis, projetos e todas as principais decisões do país, assim tanto os pobres quanto os ricos tinham o mesmo peso durante as decisões, o @conselho, formado pelos @íntegros, apenas verificava a validade dos votos e executava as decisões. E assim, graças a #NovaDemocracia, em uma década conseguimos acabar com a miséria, conseguimos acabar com o problema de moradia, e principalmente conseguimos melhorar e muito a saúde de nossos habitantes, acabaram-se as filas e com os recursos direcionados a pesquisas conseguimos a cura para as principais doenças fatais que nos amedrontaram durante muito tempo, com o correto investimento em educação conseguimos evoluir em muito nossa tecnologia e diminuir em muito nossa jornada de trabalho e, aliás, já estavam me esquecendo, acho que já falei bastante sobre este assunto, na próxima coluna falarei um pouco sobre o #VerãoEterno, agora tenho que entrar no @governo por que faltam só quinze minutos para votarmos no #ProjetodeAumentodeTempoparaaFamília! E você já votou? Se não, vote já! Ainda é tempo! Peter Cabral 09/03/2011